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Vinhos da nossa bela Serra Catarinense

A nossa querida Santa Catarina, repleta de belezas naturais, de cultura, gastronomia das mais diversificadas, um misto de praia versos serra, um Estado feito para todos os gostos, e agora em acessão no enoturismo, o turismo do vinho.


Nesse post vamos contar um pouco da nossa experiência na serra em maio de 2024.

O intuito da viagem era explorar um pouco a cultura do vinho na Serra Catarinense; muito se fala do turismo do vinho no Rio Grande do Sul, que já está há anos explorando esse crescente interesse dos brasileiros em conhecer mais sobre vinho e apreciar essa bebida tão fantástica.


Iniciamos nossa exploração pela vinícola Thera, localizada em um complexo enogastronômico de 800 hectares na cidade de Bom Retiro. Criada em 2013 quando João Paulo de Freitas assumiu a propriedade que pertencia a família. Ao lado da esposa, Linda, e dos filhos, ele produziu e comercializou os primeiros vinhos em 2015. É uma vinícola que te transporta para fora do país e te lembra Mendoza na Argentina. Uma arquitetura sem igual, com muito requinte e sofisticação. Mas vamos ao que interessa, os vinhos. Os rótulos variam em opções tintas, brancas e rosés, todos elaborados magnificamente, com uvas de castas em sua maioria de origem italiana. Nos apaixonamos pela Marselan. Dica, agende com antecedência o passeio pela vinícola, caso não deseja o passeio, não se atenha a chegar muito cedo, pois o serviço de bar e cozinha iniciam apenas ao meio dia mesmo, e com certeza você deve almoçar lá contemplando a vista fantástica dos vinhedos e apreciando pratos requintados e saborosos na companhia de uma excelente taça de vinho. A vinícola depõem de hotelaria caso você prefira se hospedar para curtir dias de extrema tranquilidade.





Após o almoço fomos em direção a próxima vinícola, a ideia seria sair de Bom Retiro ir em direção a Urubici, cidade vizinha para fazer o roteiro das demais vinícola localizadas a pouco mais de 16km da onde estávamos, porém a estrada estava interditada devido ao desmoronamento de barreiras, o que fez com que mudássemos os planos. Fomos então em direção a São Joaquim, cidade onde se concentram a maior parte das vinícolas da nossa Serra Catarinense.


Em, São Joaquim começamos com o pé direito, a primeira vinícola visitada foi a Vivalti, localizada ao lado da rodovia antes do acesso ao centro da cidade. Que descoberta fantástica! Fundada por um nato empreendedor que já possui outros empreendimentos no nosso Estado, Vicente Donini fundou a vinícola que hoje possui um local para atendimento ao turista com degustação de taças (e você pode degustar qualquer um dos rótulos da vinícola), pode pedir alguns beliscos para acompanhar seu vinho, de frente a uma lareira aconchegante. Sua vinificação e produção própria iniciaram em 2021, pasmem, em 2021 apenas, e eles já colecionam incríveis medalhas em seus vinhos. Destaque para a Sangiovese e a Sauvignon Blanc que são os mais premiados.






Ao lado da Vivalti se encontra a nossa próxima visita, a vinícola Villaggio Bassetti. José Eduardo Pioli Bassetti, engenheiro químico, encontrou em São Joaquim, no planalto sul catarinense, as condições geo-climáticas que considerou necessárias para produzir vinhos de qualidade. Neto de avô que cultivava vinhedos em terras paranaenses, herdou a paixão do avô e colocou em prática seu sonho em 2005. A primeira tarefa foi implantar os primeiros vinhedos: dois hectares de Merlot e dois de Cabernet Sauvignon em 2005. Um ano depois foi plantado um hectare de Pinot Noir e mais um de Sauvignon Blanc. Somados aos dois hectares de Sauvignon Blanc plantados em 2009 e 2010. A primeira safra da Villaggio Bassetti foi colhida em 2008: apenas uvas Cabernet Sauvignon. O que mais nos encantou nessa vinícola foi o capricho e o zelo pelas plantações, que você pode percorrer por 4km de carro em estrada toda asfaltada. Os vinhos são de excelente qualidade, vale a degustação que pode ser feito em taça, guiada, por um ótimo custo benefício, A casa de recepção ao turista é um charme, envolto a lavandas, aconchegante para um fim de tarde acompanhado com uma excelente tábua de frios.





Saindo da Villaggio fomos em busca do vinho laranja (âmbar), vinho esse que está sendo resgatado aos poucos e sendo apresentado de forma muito gastronômica aos amantes do vinho. Farei um post só sobre o vinho laranja, pois vale a pena a história, mas para não alongar muito esse post aqui, um breve resumo, o vinho laranja possui várias formas de produção, a técnica mais antiga é a maturação em ânforas de barro, o que pouquíssimas vinícolas fazem hoje. No Brasil, a técnica mais comum usada é deixar a casca de uvas brancas por mais tempos no mosto de fermentação, fazendo assim com que o vinho adquira uma coloração mais âmbar, ou laranja, por isso o denominação de vinho laranja. Ele é um vinho muito gastronômico e pede que seja degustado com algumas comidinhas. Quem o produz na Serra Catarinense é a vinícola Leone di Venezia. A história da vinícola também nasce da paixão de um neto de família italiana totalmente ligada a vinhedos, é uma história de família passada por gerações. O plantio das uvas iniciou-se em 2008, em 2013 foi iniciada a obra de construção da vinícola que foi inaugurada em 2016. As castas produzidas são italianas, então se você desejar provar uvas diferenciadas, de origem italiana essa com certeza é a vinícola certa. A arquitetura, o receptivo, são lindos, com jardins maravilhosos para você sentar em um tapete e curtir a bela paisagem da vinícola com uma taça de vinho e boa gastronomia.





Já estava entardecendo e o sol começando a se por, resolvemos ir para a nossa última visita do dia, pouco antes de chegar a Leone di Venezia estava a vinícola Monte do Agudo, que belo presente, chegamos ao deck da vinícola e vimos um dois mais belos pôr do sol de nossas vidas. Vinhedos com suas folhas avermelhadas pela estação do frio, o sol em sua cor deslumbrante descendo atrás dos belos vales, você precisa colocar no seu roteiro esse momento, é simplesmente espetacular.

A Família Monte Agudo começou plantar os vinhedos a partir de mudas vindas da França. As vinhas tiveram origem no início de 2005, dia 06 de janeiro – Dia de Reis Magos. Por isso costumam dizer que os vinhos foram presentes provenientes da terra fértil de São Joaquim, a 1.280 metros de altitude na localidade Fazenda Morro Agudo, Serra Catarinense. Nem preciso dizer que a paixão dessa família transformou-se em vinhos de excelente qualidade com diversas premiações né? Ahh e essa vinícola além de ter um dos mais belos pôr do sol, tem uma gastronomia fantástica, assista o pôr do sol com uma excelente taça de espumante e reserve seu jantar, vale a pena!





No dia seguinte resolvemos iniciar nossa manhã na vinícola Zanella Back, porém não havíamos agendado visita, e infelizmente não fomos atendidos. Para acessar a vinícola você precisa andar cerca de 7km de estradas de chão em péssimo estado, por meio de plantações de maçã. Vale a pena? Não colocaríamos ela no roteiro novamente não.


Ao voltarmos um pouco frustrados, paramos na Vinícola Suzin, que fica ao lado da rodovia, e que bela surpresa! Receptivo incrível, deck em meio a lavandas, com uma vista deslumbrante, vinhos de ótimo custo benefício com excelente qualidade. A Vinícola Suzin, pioneira no plantio de uvas na região de São Joaquim iniciou suas atividades em 24 de Setembro de 2001, fundada pelo patriarca da família Zelindo Melci Suzin e por seus filhos Everson e Jeferson Suzin. Atendimento impecável, e uma ótima escolha para você iniciar a manhã se estiver hospedado próximo ao centro da cidade.

Você pode degustar taças ou garrafas, também possui um belo cardápio para acompanhar a degustação.






Naquela manhã nosso objetivo era visitar as vinícolas da região de Urubici, que são: Villaggio Conti, Pericó (famosa pelo espumante Juliete), SanVit, Morro da Espia e Santo Onofre, porém todos que conversamos nos orientaram a não irmos para aquela região com nosso carro sedan, devido as péssimas condições das estradas, que infelizmente são massacradas por rotas de cargas de caminhões de maçãs, e a grande quantidade de chuvas que atingiram a região, e claro, o que ficou ainda mais evidente para nós, a pouca estrutura ligada ao turismo do vinho, a região ainda depende muita da produção de maçã e as autoridades ainda não estão dando o devido valor ao potencial turístico ligado ao enoturismo. Então nossa dica é, se você não possui um carro alto, procure se informar primeiro sobre como estão as estradas daquele região, infelizmente colegas jornalistas que estavam hospedados no mesmo hotel nos informaram que foram para aquela região e o carro quebrou devido aos buracos, então busque por informações antes de enfrentar a estrada.


Saindo da Suzin, resolvemos então visitar a Vinícola Quinta da Neve. Aqui vai um alerta também, são 16km de estrada de chão em péssimo estado, vale a pena? Sim, mas vá com paciência, a estrada é péssima mesmo. Chegando na vinícola você se encanta com a paisagem, é deslumbrante, com um receptivo moderno e ao mesmo tempo aconchegante. Foi uma das vinícolas com melhor custo benefício para degustar taças, vinhos incríveis, e com um cardápio legal para um happy hour. Seu vinho destaque é o Pinot Noir, que possui muitas premiações. Mas você pode desfrutar de várias taças para explorar os seus vários rótulos disponíveis.




Saindo de lá, ao chegar na rodovia, em poucos metros dali, fomos conhecer uma vinícola recém inaugurada para visitação, a Altopiano. Sua história nasceu em dezembro de 2022, mas apenas agora em maio de 2024 ela abre suas portas para visitação. Do deck do lindo receptivo você pode admirar o vinhedo das castas italianas: Rebo, Montepulciano, Sangiovese, Sagrantino di Montefalco e Nebbiolo, Vermentino e Pecorino; e das castas francesas: Cabernet Franc e Petit Verdot e Sauvignon Blanc. Foi uma experiência sensacional, com um atendimento excepcional. A chefe de cozinha da vinícola naquela manhã havia ido coletar cogumelos porcini, simmm, além de uma ótima região para cultivo de vinhedos, São Joaquim também vem sendo descoberto pela grande aparecimento de cogumelos porcini na região, este que é um cogumelo selvagem, que surge na natureza sem a interferência humana. A chefe fantástica da vinícola preparou exclusivamente para nós bruschettas de cogumelo porcini frescos para tornar a nossa experiência ainda mais memorável. Pense na combinação, sol se pondo, vista dos vinhedos, bela taça de vinho, e bruschettas de cogumelo porcini, não tinha como ficar melhor. Além das bruschettas fantásticas, também provamos outras iguarias da chefe que estão no cardápio e são espetaculares. Gratidão a chefe Eulenite e a querida proprietária da vinícola, que atendimento espetacular, nos sentimos em casa.





Não querendo sair da Altopiano, porém com mais vinícolas na programação, fomos em direção a famosa Villa Francioni, uma das pioneira vinícolas da Serra Catarinense, e a maior, fundada em 2004 com a iniciativa e investimentos do empresário Dillôr Freitas, possui mais de 50 hectares de vinhedos, plantadas desde o ano de 2000 com mudas importadas da Europa, fornecendo uma variedade de castas de uva, como: Cabernet SauvignonCabernet FrancMerlot, Chardonnay, Pinot Noir e Sauvignon Blanc, além de Petit VerdotMalbecSyrah e Sangiovese, e suas plantações são inspirados nas melhores regiões produtoras do mundo. Seu idealizador morreu pouca antes da conclusão do empreendimento e assim, a Villa Francioni é administrada pelos quatro filhos de Dillôr.

Ficou ainda mais famosa após a cantora Madonna em sua breve passagem pelo Brasil em 2009, degustar o Villa Francioni Rosé  e se apaixonar. Essa história ganhou muita repercussão e colocou a vinícola em evidência. Esse vinho rosé é um vinho sem segredos ou frescuras, daqueles fáceis de beber e que agrada desde paladares mais simples aos mais exigentes. Vinícola de arquitetura exuberante, com lindos vinhedos, e com um receptivo com várias possibilidades de degustações. Com certeza, é uma vinícola que precisa estar no roteiro.




 

O sol já estava se pondo e fomos em direção a última vinícola do dia, Vinícola D’Alture. Havia um sunset no local, as pessoas já estavam num grau alcoólico bem elevado, então a nossa experiência não foi uma das melhores rsrsrsrs. Mas vamos ao que interessa, a vinícola fica no alto de uma colina, é simplesmente fantástica, arquitetura moderna, com uma vista deslumbrante e um pôr do sol magnífico (o pôr do sol da Monte do Agudo ainda é o melhor sem dúvidas), vale a experiência. Ahh e com certeza é uma vinícola que vale a pena você fazer reserva de hospedagem, a vista de cada cabana é espetacular, e ela fica em fácil acesso para as demais vinícolas, pois está em frente a Villa Francioni e ao lado da rodovia. Provamos uma garrafa de Tannat, estava espetacular. Os vinhedos d’alture tiveram seu plantio iniciado em 2001 e hoje contam com mais de 14 hectares de uvas Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot, Malbec, Tannat, Petit Verdot, Pinot Noir, Sangiovese, Montepulciano. A história da família Chavez iniciou no Vale de Tarija, localizado no sul da Bolívia, à 2000 metros de altitude. Estes vales são conhecidos por serem os vinhedos mais altos do mundo, e mais antigos das Américas. Em 2008, à procura de novas oportunidades, buscando manter às tradições familiares, Roberto Chavez vem ao Brasil afim de estabelecer-se na Serra Catarinense, local onde adquire as terras onde hoje se encontram os vinhedos d’alture, propriedade esta, que possui condições muito semelhantes aos cultivos da Bolívia, onde a história vinicultora da família teve seu início. Nesse pouco tempo de vinícola, já colecionam vários prêmios nacionais e internacionais. Ela precisa estar no seu roteiro.




 

Esse foi o final das nossas visitações.

 

Fica agora um resumão de dicas para você que deseja fazer esse roteiro da Serra Catarinense.

 

Os vinhos da Serra Catarinense são vinhos elaborados com extremo cuidado, zelo e qualidade. O foco não é larga escala de produção, e sim, pequenas quantidades de excelência. São vinhos e sua maioria com passagem de 12 a 24 meses de barrica, o que irão torna-los vinhos de valor mais agregado, diferente dos vinhos do Rio Grande do Sul, que tem um melhor custo benefício, você verá essa diferença bem nitidamente. As castas produzidas são em sua maioria de origem italiana, isso devido ao terroir da nossa serra ser mais propício para esse tipo de uva.


São vinícolas novas, ao considerar que um dos vinhedos mais antigos tem cerca de 24 anos, mas em sua maioria possuem menos de 10 anos de história. Ou seja, olha as coisas incríveis que estão fazendo em tão pouco tempo.


Você gosta de lavandas? Todas as vinícolas possuem um monte delas plantadas, é incrível.


Não se apresse para tomar o café da manhã, as vinícolas em sua maioria abrem seu receptivo apenas após às 9:30.

 

Não perca o pôr do sol da Monte do Agudo.

Não perca a oportunidade de um piquenique na Leone di Venezia.


Rota indicada:


Dia 1

Altopiano

Quinta da Neve

Vivalti

Villagio Basseti

Monte do Agudo

 

Dia 2

Villa Francioni

D’Alture

Leone di Venezia

Suzin

 

Dia 3

Faça as vinícolas de Urubici e finalize na Thera em Bom Retiro.

 

Aproveite, a nossa Serra é maravilhosa!





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